quarta-feira, 10 de agosto de 2011

dead girl

Toda noite era como uma prisao a ela. La no alto a lua a ilumina e a lembra pela distancia o quanto esta distante de si mesma.

Roupas jogadas pela casa, radio ligado baixinho , uma garrafa de vodca pela metade em cima da pia,o cinzero transbordando esse é o cenario que habita sempre que tenta se encontrar.

Esta la sentada no sofa, ouvindo umas das cançoes que joga na sua cara o lixo é.

Nao sabe oque fazer, talvez tomar mas um pouco de vodca , acender um outro cigarro . Se levanta e vai até a janela.

Todos estao dormindo, ninguem nem imagina que naquele apartamento mora uma garota morta que o diabo esqueceu de vim buscar.

Seu melhor amigo esta presente, seu pensamento. Melhor amigo na destruiçao devo dizer.

Milhares de pessoas que a ve ao dia nao imagina o pedaço que a falta. Seu sorriso é tao falso quanto a atuaçao que faz

semana a semana sobre sua vida.

Sao 3 das manha, a vodca ja esta quase ao fim, seu segundo maço de cigarro tambem. A musica continua e o sono alheio tambem.

Ainda na janela olha pra lua, e deseja estar com ela.

Vai ao banheiro , tropeçando em seus moveis , roupas e sapatos, realidade anestesiada para uma mente que nao se anestesia.

Decide livrar o mundo de mais um lixo ocupado. abre a gaveta pega um frasco de remedios e toma como acompanhamento do resto de vodca que sobrava.

Só mais algun minutos e tudo estara finalmente bem, pensa. Caminha agora, nao tropeçando mas se rastejando até sua janela, olha pela ultima vez pra Lua ' logo estaremos juntas'.

Ninguem imagina mas ali deitada ela finalmente encontrou sua paz.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

saida de emergencia

O primeiro passo pro inferno começa com a vontade de estar no céu.
Oque parece libertar só te aprisiona mais em sua dor. Eu sei, o velho dilema, sangrar para
saber que esta viva.
As feridas transcedem de sua alma para seu corpo , tudo pelo simples fato de
não haver mais alma.
Raiva, angustia, odio, alivio...
Não há oque fazer , não ha lagrimas para chorar , entao derrame sangue em seu lugar.



Descobri nas facas, nos estiletes, nos dentes de pentes, nas tesouras, nas giletes, nos tic-tacs de cabelo, nas pinças ou em qualquer objeto com ponta uma heroína instantânea. Quando o sangue jorrava dos meus braços, a pele doía, e quando a pele doía, ela amenizava a dor que minha mente e meu coração estavam contemplando. Em um impulso compulsivo, eu transformava a dor emocional rapidamente em dor física — o que é muito mais fácil de agüentar. A dor física desaparecia e tudo ficava melhor. Era como se eu estivesse em transe, ¬saindo do meu corpo e me olhando de fora, anestesiando toda a dor, voando livremente como uma borboleta feliz, usando o sangue da minha pele como remédio para minha cabeça. Pouco me importava ter futuras cicatrizes, essas eram fáceis de esconder. As feridas internas acabaram virando in¬des¬cri¬tí¬veis, impossível de agüentar, óbvias, estampadas em todos os meus menores movimentos. Cortar-me era um alívio de poucos minutos e algo mais para minha coleção de ilusões, mas funcionava. O sangue me dava espaço para respirar... / Trecho do livro, Fugalaça