terça-feira, 9 de agosto de 2011

saida de emergencia

O primeiro passo pro inferno começa com a vontade de estar no céu.
Oque parece libertar só te aprisiona mais em sua dor. Eu sei, o velho dilema, sangrar para
saber que esta viva.
As feridas transcedem de sua alma para seu corpo , tudo pelo simples fato de
não haver mais alma.
Raiva, angustia, odio, alivio...
Não há oque fazer , não ha lagrimas para chorar , entao derrame sangue em seu lugar.



Descobri nas facas, nos estiletes, nos dentes de pentes, nas tesouras, nas giletes, nos tic-tacs de cabelo, nas pinças ou em qualquer objeto com ponta uma heroína instantânea. Quando o sangue jorrava dos meus braços, a pele doía, e quando a pele doía, ela amenizava a dor que minha mente e meu coração estavam contemplando. Em um impulso compulsivo, eu transformava a dor emocional rapidamente em dor física — o que é muito mais fácil de agüentar. A dor física desaparecia e tudo ficava melhor. Era como se eu estivesse em transe, ¬saindo do meu corpo e me olhando de fora, anestesiando toda a dor, voando livremente como uma borboleta feliz, usando o sangue da minha pele como remédio para minha cabeça. Pouco me importava ter futuras cicatrizes, essas eram fáceis de esconder. As feridas internas acabaram virando in¬des¬cri¬tí¬veis, impossível de agüentar, óbvias, estampadas em todos os meus menores movimentos. Cortar-me era um alívio de poucos minutos e algo mais para minha coleção de ilusões, mas funcionava. O sangue me dava espaço para respirar... / Trecho do livro, Fugalaça

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